O projecto "ÁreaGenéTiCa"


A presente Página Web é o produto final resultante do projecto ÁreaGenética. O projecto foi elaborado individualmente e serviu de objecto de avaliação na área curricular não disciplinar de Área de Projecto.
Este produto tem como principal finalidade ampliar e preconizar conhecimentos sobre genética, como também, contribuir para a formação de uma opinião organizada sobre esta ciência, as suas técnicas, e a sua evolução.

Toda a informação presente foi cuidadosamente tratada, e advém de conhecimentos adquiridos durante o todo o processo de investigação, selecção e da pesquisa criteriosa, que o projecto merecia.
Também a estrutura e organização deste site, foi pensado de modo a se tornar funcional e de acesso fácil aos diferente itens.

Destina-se assim a todos os interessados pelo tema Genética, não importa o motivo, pode ser por gosto ou simples curiosidade. Àqueles que desconhecem esta ciência, pois têm aqui uma boa forma de a aprender! E está também direccionado e adquado para o ensino secundário, alunos e professores, queconsiderem esta página um bom material de apoio!




Aventura-te pelo site! Alimenta o teu saber! E descobre se ...





Saberás tu o que é a Genética?

DNA

Em Abril de 1953, James Watson e Francis Crick, cientistas da Universidade de Cambridge, em Londres, apresentaram uma proposta de um modelo de dupla hélice para a estrutura do DNA, compatível com as suas propriedades. Esta foi indubitavelmente considerada uma das maiores conquistas intelectuais da segunda metade do século XX, e sustenta aplicações que já transformam o século XXI.









O ácido desoxirribonucleico está presente em todas as células vivas. É uma molécula biológica universal que detém toda a informação genética.
Quimicamente, os nucleótidos de DNA são constituídos por um grupo fosfato, uma pentose (a desoxirribose), e uma base azotada.

Ao longo da molécula observamos a existência de quatro tipos de nucleótidos, de acordo com a base azotada que apresentam: adenina (A), timina (T), citosina (C) ou guanina (G).

Esta molécula, com estrutura em dupla hélice, é formada por duas cadeias que se desenvolvem-se em sentidos opostos. Cada uma delas inicia-se por uma extremidade 5' e termina em 3'. À extremidade 3' de uma cadeia corresponde a extremidade 5' da outra – são cadeias antiparalelas.
As cadeias da molécula de DNA estão unidas por ligações de hidrogénio, que se estabelecem entre bases complementares, e são elas:

A adenina (A) liga-se à timina (T) por duas ligações de hidrogénio.
A guanina (G) liga-se à citosina (C) por três ligações de hidrogénio.

O facto de a base azotada adenina (A), só emparelhar com a base azotada timina (T), e a base azotada citosina (C) que só emparelhar com a base azotada guanina (G), confere uma especificidade à molécula, a complementariedade de bases.


Replicação semi-conservativa do DNA

O DNA tem a capacidade de se autoduplicar, assegurando a conservação do património genético de célula para célula ao longo das gerações.
Neste processo de replicação semi-conservativa formam-se simultaneamente duas cadeias novas de DNA de acordo com a regra de complemetariedade de bases. Cada uma das novas cadeias formadas é réplica de uma das cadeias originais. Assim, as novas moléculas formadas são idênticas à molécula original, ou seja, ficam com a mesma sequencia de nucleótidos, sendo portadoras de uma cadeia antiga e de uma recém – formada.

Foram os investigadores Meselsol e Stahl, que em 1985, realizaram uma experiência cujos resultados apoiaram e viabilizaram a hipótese de replicação semi conservativa.



Universalidade e Variabilidade

Duas das características essenciais do ácido desoxirribonucleico são a universalidade e a variabilidade. Universalidade, uma vez que é comum a todos os seres vivos, desde os eucariontes aos procariontes unicelulares. E variabilidade, uma vez que o número e a ordem dos nucleótidosa varia em todos os organismos, o que condiciona a informação genética, logo as diferentes características nos seres vivos, e nos oferece a grande biodiversidade.




Consequentemente ...

Analisada esta estrutura podemos agora falar de genes como segmentos de DNA com uma sequência nucleotídica própria que contém determinada informação.
O conjunto de genes que constitui a informação genética de um indivíduo tem o nome de genoma.

DNA recombinante

DNA recombinante


A tecnologia do DNA recombinante possibilita a obtenção de organismos com características novas ou não encontradas na Natureza, o que permite uma nova alternativa para o melhoramento genético de espécies de valor biotecnológico. Deste modo, células de bactérias, leveduras e mesmo de eucariontes superiores, como plantas, podem ser programadas com genes exógenos (exteriores) abrindo a perspectiva de produção, nestes organismos, de proteínas de interesse, como o interferão, a hormona de crescimento, a insulina, entre outros.

A utilização de microrganismos, capazes de sintetizar proteínas em grande quantidade, apresenta, sob o ponto de vista económico, uma vantagem considerável em relação aos processos clássicos de produção.



Substâncias obtidas pela tecnologia do DNAr e respectivas aplicações:


Hormona do crescimento - Disfunção hipofisária


Factor do crescimento da pele - Processos de cicatrização da pele


Interferão - Cancro


Vacina para a hepatite - Hepatite B


Teste da SIDA - Despiste da SIDA


Eritropoetina - Anemia

Enzimas de restrição

Enzimas de restrição


As enzimas de restrição têm a capacidade de digerir ou cortar o DNA, quando reconhecem uma sequência de bases específicas.

As enzimas são naturalmente produzidas por certas bactérias e funcionam como um mecanismo de defesa da bactéria em relação à entrada de DNA exógeno (DNA que não pertence naturalmente ao organismo em questão), como fagos ou plasmídeos.
A digestão de DNA por enzimas de restrição é um processo simples. Basta colocar o DNA em contacto com a enzima a uma temperatura ideal (geralmente 37ºC), e a enzima inicia o processo de digestão imediatamente, cortando o DNA em diversos pedacinhos. O número de pedacinhos produzido é estabelecido pelo número de sítios de restrição reconhecidos pela enzima utilizada.
As enzimas são específicas e cortam o DNA em locais determinados. A enzima EcoRI, por exemplo, corta o DNA quando encontra a sequência G/AATTC, enquanto a enzima HINDIII corta na sequência A/AGCTT.

Actualmente, já foram identificadas mais de 100 enzimas de restrição.

O que torna as enzimas de restrição tão importantes é o facto de dois fragmentos produzidos pela mesma endonuclease (enzima de restrição) poderem ser unidos, tornando possível a recombinação de DNA laboratorialmente, e abrindo a possibilidade de clonar genes humanos ou isolar proteínas de culturas bacterianas.

Técnica de PCR

Reacção em cadeia da polimerase – PCR


A técnica de PCR é relativamente recente na história da biologia molecular, tendo sido desenvolvida nos anos 80 por Kary Mullis. E foi com ela que em 1994 Mullis ganhou o prémio Nobel.

A ideia básica da técnica de PCR é bastante simples. Trata-se de uma metodologia in vitro que possibilita a reprodução de milhares de cópias de um determinado fragmento de DNA. Através desta técnica, uma sequência particular de interesse pode ser amplificada, tornando-se maioritária na amostra de DNA. Deste modo, dois pequenos fragmentos de DNA, normalmente de 20 pares de bases (primers), são sintetizados in vitro. Estes primers são complementares às extremidades da região de DNA que se pretende amplificar.

A PCR tem tido uma diversidade de aplicações crescente. É uma técnica relativamente rápida, utilizada para amplificar DNA para ser directamente clonado ou sequenciado, para mapeamento de genes, diagnóstico de doenças hereditárias e de doenças infecciosas, estudos forenses e, entre outros, estudos moleculares de evolução. De facto, uma das capacidades interessantes da PCR é a de amplificação de DNA de organismos extintos, alguns há milhões de anos. O DNA desses organismos pode ser obtido para comparar com o de organismos actuais.

DNA fingerprint




Electroforese de DNA em gel de agarose

A separação electroforética é o método mais utilizado para estimar o tamanho de fragmentos de ácidos nucleicos , DNA ou RNA. A electroforese de DNA é feita normalmente em gel de agarose, que se prepara dissolvendo uma suspenção de agarose numa solução tampão e deixando solidificar num recipiente apropriado. Colocando previamente um pente, obtém-se um gel contendo uma fileira de poços numa das extremidades, onde posteriormente serão colocadas as amostras a analisar. O gel é colocado num tanque de electroforese, imerso em tampão, ficando entre dois eléctrodos posicionados paralelamente à fileira de poços do gel. As amostras de DNA são colocadas nos poços do gel e, com a aplicação de um campo eléctrico, vão migrar para o pólo positivo (ânodo), uma vês que os ácidos nucleicos têm uma carga negativa em pH neutro. A agarose actua, deixando passar facilmente as moléculas mais pequenas que, assim, vão migrar mais do que as moléculas maiores. As moléculas do mesmo tamanho migram juntamente e formam bandas, que pode ser visualizadas com auxílio de luz ultravioleta.




São estas bandas que constituem o chamado DNA fingerprint. Uma vez que a sequência nucleotídica do DNA é exclusiva de cada indivíduo, este processo, entre muitas outras aplicações, auxilia a Ciência Forense em cenários de crime, que possuam material biológico, que possa ser utilizado para recolher DNA.

Mutações Genéticas

MUTAÇÕES
(alterações no património genético)


Mutação é uma modificação ou alteração de genes ou de cromossomas, podendo provocar uma variação hereditária ou uma mudança no fenótipo. A mutação pode produzir uma característica favorável num dado ambiente e desfavorável noutro.
Os indivíduos cujo património genético sofreu alteração designam-se de mutantes.
Mutações génicas
Afectam um gene em que um dos alelos sofre modificações devido a pequenas alterações no número ou na sequência de nucleótidos. Elas podem ser nomeadamente:

Mutações nonsense – resultam da substituição de um par de bases por outro, que leva à formação de um codão stop (codão de finalização de síntese proteica). Há terminação permatura da cadeia polipeptidica e a respectiva proteína normalmente não é funcional.
Mutações missense - resultam da substituição de um par de bases por outro, levando á formação de um codão que codifica um aminoácido diferente do original; pode obter-se uma proteína com função alterada. Se o codão obtido por mutação, no entanto, codificar um aminoácido quimicamente semelhante ao original, não se vão detectar grandes alterações na função das respectiva proteína, e a este caso particular das mutações missense dá-se o nome de mutações neutras.
Mutações silenciosas – resultam da substituição de um par bases, que leva á formação de um codão diferente, que continua no entanto a codificar o aminoácido original (devido à redundância do código genético); não se verifica qualquer alteração na função da proteína.

Mutações cromossómicas
São mutações que ocorrem ao nível dos cromossomas. Podem ser estruturais ou numéricas.
Existem quatro tipos de mutações cromossómicas estruturais:
Delecção – perda de um segmento cromossómico em que parte do material genético é removido. Tem frequentemente consequências graves.
Duplicação – existência de duas cópias de uma dada região cromossómica.
Inversão – remoção de um segmento de DNA e inserção numa posição invertida num outro local do cromossoma.
Translocação – troca de um segmento de DNA entre cromossomas não homólogos.
Quanto às alterações cromossómicas numéricas, estas tendem a gerar fenótipos com graves anomalias. Ocorrem devido a erros durante a divisão celular, ou seja, devido à não disjunção dos cromossomas homólogos (meiose).
Quando um dos cromossomas está presente num número alterado de cópias, pode acontecer nomeadamente:
Monossomia: ausência de um dos cromossomas homólogos num dado par.
Trissomia: ocorrência de um cromossoma extra num dado par de cromossomas homólogos.
Tetrassomia, pentassomia: consoante existam na célula quatro, cinco cromossomas homólogos respectivamente.

As mutações e o cancro
As mutações podem activar a oncogénese, ou seja, no caso de as mutações ocorrerem em células somáticas, pode surgir uma das diversas formas de cancro.
De um modo geral, há dois tipos de genes que podem causar cancro quando mutados, provocando ou permitindo o crescimento celular descontrolado. O primeiro tipo chama-se proto-oncogene. A maioria das células do nosso organismo cresce e divide-se (mitose) durante toda a nossa vida e os proto-oncogenes tornam esse processo possível. Caso estes sejam mutados, podem estimular excessivamente a divisão celular e a sua proliferação, causando a formação de um tumor. Os proto-oncogenes mutados designam-se de oncogenes.
Os genes supressores de tumor são o segundo grupo de genes que, uma vez mutados, podem causar cancro. A função normal destes genes é prevenir que as células se multipliquem descontroladamente. Assim uma vez mutados, não oferecem prevenção.
O cancro apresenta-se desta forma como uma doença genética.

Doenças Genéticas

Doenças genéticas


As doenças genéticas são devidas a alterações do material genético, mutações, que ocorrem nas células germinativas e, consequentemente, são transmissíveis à descendência. A expressão fenótipica da mutação é variável podendo manifestar-se de forma autossómica dominante ou recessiva, ou ainda ser uma transmissão dependente do sexo, transmissão associada ao cromossoma X ou ao cromossoma Y. Se as mutações ocorrerem nas células somáticas não vão ser transmitidas à descendência, excepto em reprodução assexuada, pois não são hereditárias, e as suas consequências para o indivíduo dependem da fase de desenvolvimento em que ocorre a mutação. As mutações podem ser consideradas de diferentes níveis, nomeadamente a nível cromossomal ou a um nível mais baixo da organização do material genético, envolvendo apenas alterações de pequenas sequencias de DNA num ou mais genes. Os diferentes níveis de organização a que ocorrem estas mutações implicam diferentes abordagens para a sua detecção. As alterações cromossomais (inserções ou deleções de fragmentos de cromossomas) podem ser, por exemplo, avaliadas por técnicas de microscopia e citogenética.


Doenças autossómicas dominantes:

Coreia de Huntington
Hipercolesterolemia Familiar

Neurofibromatose
Síndrome de Marfan



Doenças autossómicas recessivas:

Albinismo
Fibrose quística
Atrofia muscular espinhal
Fenilcetonúria



Modo de transmissão determinada pelo sexo:

Doença de Fabry
Hemofilia A e B
Daltonismo
Distrofia Muscular de Duchenne/Becker
Síndrome de Lesch-Nyhan

OGM's

Organismos Geneticamente Modificados



Desde o início dos tempos o ser Humano tem recorrido a diversos processos de polinização cruzada e de cruzamentos planeados, de modo a seleccionar as características que mais lhe convinham, estando porém limitados às características existentes. No entanto, hoje em dia, e graças à evolução da Engenharia Genética, e nomeadamente da técnica de DNA recombinante, é nos possível recombinar características de uma maneira que dificilmente aconteceria na Natureza.

Os organismos geneticamente modificados (OGM) consistem em organismos cujo material genético foi alterado, inserindo um novo gene (porção de DNA) ou alterando os genes existentes, de modo a que se expresse uma nova enzima ou proteína, que irá conferir ao organismo novas características mais proveitosas para o Homem.

Hoje em dia existe uma grande diversidade de organismos modificados, de animais com novas características, passando por bactérias utilizadas para pesquisas científicas ou para a produção de certos compostos utilizados na indústria farmacêutica, até aos géneros alimentícios (tomate, soja, arroz dourado) com um maior valor nutritivo, e mesmo com maior período de comercialização.

Nos itens seguintes poderás saber algumas das causas do desenvolvimento de plantações agrícolas genéticamente modificadas.

Plantas transgénicas

Plantas transgénicas

São plantas transformadas, obtidas pela introdução em todas as suas células um gene novo no seu genoma, activando-lhe uma nova característica.
A aplicação da tecnologia do DNA recombinante às plantas para obtenção de variedades transgénicas com características melhoradas é, actualmente, uma área em expansão muito rápida. A engenharia genética potenciou o aparecimento de uma nova revolução na agricultura com a utilização explosiva de culturas transgénicas. As aplicações possíveis da modificação genética de plantas são imensas. Muitas destas aplicações beneficiam o produtor pois incluem características que melhoram o comportamento agronómico da planta, como por exemplo: tolerância a condições ambientais extremas, resistência a insectos, herbicidas e a vírus. Podem também melhorar a qualidade do produto, que incluem: o aumento dos níveis de vitaminas e de outros nutrientes essenciais nos órgãos comestíveis das plantas e plantas que produzem compostos de utilidade médica como anticorpos e vacinas.





Melhoramento de características agronómicas

Resistência a insectos – Plantas Bt

Os insectos representam uma ameaça a muitas culturas, o que leva ao recurso, por vezes excessivo, de insecticidas. Este facto faz aumentar muito os custos da produção e acarreta uma indesejável contaminação ambiental. Como tal, o desenvolvimento de plantas transgénicas produzindo insecticidas endógenos com toxicidade específica para insectos, reveste-se de um interesse muito elevado, principalmente para os agricultores, e tornou-se numa das primeiras aplicações da genética de plantas.





Resistência a Herbicidas

O crescimento de plantas infestantes provoca reduções da produção das culturas agrícolas na ordem dos 10%, apesar da aplicação de herbicidas. A criação de plantas de cultivo resistentes a herbicidas permite o controlo das plantas infestantes durante toda a época de cultura, e pode possibilitar, portanto, um ganho significativo na produção. Se a aplicação do herbicida for criteriosa, poderão mesmo ser diminuídos os níveis deste no ambiente. Foram já desenvolvidas e introduzidas no mercado, a partir de 1994, várias plantas transgénicas resistentes a herbicidas. A primeira planta a ser aprovada para comercialização, em 1994, foi a variedade de soja designada Roundup Ready TM.



Resistência a vírus, fungos e bactérias

Os vírus que atacam as plantas provocam perdas significativas na produtividade de muitas culturas agrícolas, não existindo tratamento químico eficiente pra os combater.



A obtenção de variedades resistentes a fungos podem ser bastante importantes, pois os fungos são responsáveis por um número elevado de doenças que acarretam perdas por vezes maciças na produção de algumas culturas. Além disso o seu combate é feito recorrendo a agentes químicos que podem ser prejudiciais para animais e seres humanos.



No caso das bactérias, a lisozima é uma enzima que hidrolisa a parede bacteriana, o que acarreta a lise osmótica da bactéria. Deste modo, a estratégia descrita pode vir a revelar-se útil para muitas situações de doenças bacterianas que atingem as plantas agrícolas.



Tolerância a condições ambientais adversas

As plantas estão sujeitas a todo o tipo de condições ambientais extremas, desde luz solar intensa e radiações UV, até temperaturas baixas ou altas e alagamento, secura ou salinidade.A caracterização genética das respostas fisiológicas das plantas a tais condições adversas, especialmente em espécies ou variedades adaptadas a essas condições tem permitido o desenvolvimento de estratégias de transferência de genes para conferir tolerância a factores ambientais adversos em plantas de interesse económico. Assim com o objectivo de produzir plantas mais resistentes à diversidade natural do ambiente externo, foram transformadas várias espécies de plantas. A sua obtenção é extremamente importante pois permitirá a utilização de terrenos marginais ou com climas adversos, diminuição da água utilizada na irrigação e aumentos na produtividade. Algumas destas situações poderão beneficiar populações pobres de países com condições geoclimáticas desfavoráveis.










Redução dos impactes ambientais

Produção de plásticos biodegradáveis

O plástico é hoje em dia um material com uma aplicação vastíssima, mas que possui o grave inconveniente de não ser facilmente degradável sendo, por outro lado, um material com origem num recurso natural não renovável – o petróleo.
Com origem em bactérias, mas com possibilidade de produção nas plantas, surgiu a aplicação comercial de um plástico biodegradável e renovável (o poli-hidroxibutirato-co-hidroxivalerato), com a designação comercial de Biopol. Contudo, a produção deste polímero nas bactérias, não é economicamente competitiva com o baixo custo do plástico derivado do petróleo, pelo que, a sua produção em plantas transgénicas tem sido tentada como forma de baixar os custos e aumentar a produtividade.

Fitorremediação

A libertação de metais pesados no ambiente pode ter efeitos altamente prejudiciais, a longo termo, para a saúde humana. O custo da remediação de solos contaminados é muito alto. Assim, a possibilidade de manipular plantas capazes de acumular metais tóxicos é altamente atractiva. Existem plantas adaptadas a habitats com altos teores de metais e que são capazes de acumular elevadas concentrações destes - plantas hiperacumuladoras de metais. No entanto estas plantas são normalmente de crescimento lento, com baixa biomassa e com grande selectividade quanto ao elemento que acumulam.









Melhoramento das características exteriores dos produtos




Maior período de conservação

Em 18 de Maio de 1994 foi aprovado para comercialização o primeiro produto alimentar da biotecnologia vegetal, o tomate transgénico. Esta nova variedade de tomate foi transformada de forma a não amolecer durante o amadurecimento, um processo que pode acarretar perdas enormes durante o transporte e armazenamento da fruta. Esta característica permite manter o tomate na planta até este se tornar vermelho vivo e saboroso, ao contrário do tomate normal, que é colhido ainda verde, não desenvolvendo o sabor. O tomate foi modificado de forma a produzir menos de 10% do nível normal da enzima poligalacturonase, um das principais enzimas responsáveis pela degradação das paredes celulares do fruto e consequente amolecimento durante o processo de amadurecimento. Uma outra estratégia tem haver com o controlo da produção da hormona responsável pelo amadurecimento nos frutos, o etileno. Entidades avaliadoras consideram que este tomate não representa perigo para a saúde do consumidor.







Manipulação da pigmentação floral

A indústria das plantas ornamentais, envolve montantes muito elevados que impulsionaram, ao longo dos séculos, uma intensa actividade de melhoramento e obtenção de novas variedades de flores, especialmente no que diz respeito à sua pigmentação. Não é de estranhar que esta indústria recorra à tecnologia do DNA recombinate para obter variedades de flores com novas colorações. Os principais pigmentos responsáveis pela cor das flores são as antocianinas. É muito difícil encontrar uma espécie que apresente toda a variedade de cores permitida por estes pigmentos, devido à presença apenas de parte das vias biossintéticas possíveis. O avanço da caracterização molecular da via de biossíntese das antocianinas, e da sua regulação, abriu caminho para a possibilidade de manipulação genética da pigmentação de plantas ornamentais. O primeiro produto da manipulação da cor das flores foi uma petúnia cor de laranja.










Melhoramento das qualidades nutritivas




A dieta humana deve incluir uma mistura de hidratos de carbono, lípidos e proteínas, assim como 17 nutrientes minerais e 13 vitaminas, que devem ser consumidos diariamente.
A ingestão de certos nutrientes em níveis elevados, como certas vitaminas, tem sido associada a uma redução nos riscos de vários tipos de cancro e de doenças cardiovasculares. Praticamente todos os nutrientes essênciais à alimentação humana podem ser obtidos a partir de uma dieta vegetal, mas a prática de uma dieta simples, baseada quase exclusivamente na ingestão de cereais (arroz, trigo, milho), como acontece em muitos países em desenvolvimento, origina graves deficiências nutritivas.
Por outro lado, a ingestão de frutas e vegetais, nos países desenvolvidos, é normalmente inferior às recomendações mínimas. Deste modo, desenvolveram-se e desenvolvem-se esforços no sentido de melhorar os níveis e a composição nutritiva de certas plantas, como um meio de aumentar o consumo de compostos essenciais à saúde.






Aumento dos níveis de vitamina A e ferro – o “Arroz dourado”

A produção de variedades transgénicas de arroz (Oriza sativa) com níveis elevados de pró-vitamina A (ß-caroteno) e ferro é com frequência referida como um exemplo do melhor que a agricultura biotecnológica pode oferecer. O arroz é a principal fonte de alimento de biliões de pessoas no Sudeste da Ásia que apresentam, por isso, uma elevada incidência de deficiência em vitamina A e ferro, com consequências dramáticas. A obtenção de uma variedade de arroz com acumulação de níveis elevados de ß-caroteno e ferro no seu grão é um projecto do Swiss Federal Institute of Techonology de Zurique, tendo como objectivo final a distribuição gratuita das variedades melhoradas aos agricultores carênciados.







Aumento dos níveis de vitamina E

A designação de vitamina E engloba um conjunto de moléculas muito semelhantes designadas tocoferóis, que são sintetizadas pelas plantas e outros organismos fotossintéticos e que cumprem uma função antioxidante de extrema importância em plantas e animais. A ingestão de doses elevadas de vitamina E, difíceis de obter numa dieta sem suplementos, parece estar associada a uma diminuição dos riscos de doença cardiovascular e cancro, a um reforço do sistema imunitário, e parece também prevenir ou atrasar várias doenças degenerativas associadas à idade. Assim reveste-se de interesse, e existe um caminho aberto para a transformação de plantas utilizadas na alimentação e a obtenção de óleos alimentares com níveis melhorados de vitamina E.

Biotecnologia e OGM's - prós e contras

A Biotecnologia tem vindo a provocar alterações no nosso quotidiano. Da produção de sementes ao processamento das colheitas, do diagnóstico de doenças ao aperfeiçoamento de novas técnicas de tratamento, a Biotecnologia permite modificar processos e explorar novas oportunidades, algumas das quais imprevisíveis. As empolgantes promessas da Biotecnologia não devem, porém, fazer esquecer as questões legais, éticas, sociais e morais.

As questões levantadas pela Biotecnologia, principalmente no que diz respeito aos OGM's, podem ser encaradas considerando que a ilimitada possibilidade dos processos biotecnológicos na manipulação genética constitui um perigo, pois não conhecemos as consequencias que advêm. Ou ainda, considerando que os perigos apontados são especulados e exagerados pelos consumidores e ambientalistas, que movidos por razões psicológicas, religiosas ou comerciais, criam um ambiente desfavorável à comercialização de organismos provenientes de processos biotecnológicos.

Contudo, será difícil negarmos a comercialização de organismos geneticamente modificados especulando os riscos que deles advêm. Todas as actividades do ser Humano incorrem riscos, e até a mais inocente acção pode ter como consequência algo imprevisível e impensável. A sociedade, de uma forma meticulosa, científica e imparcial deve analisar os riscos e assumi-los, se considerar proveitosos os progressos económicos ou sociais que daí resultem. Apesar de até ao momento não terem ocorrido quaisquer acidentes nos ensaios/experimentações, o público, as autoridades e os próprios cientístas acompanham com muita atenção tudo o que diz respeito aos produtos da Biotecnologia. Todos estão hipersensíveis e hipervigilantes, estando a opinião pública sempre pronta a condenar ao mínimo incidente.


É necessário lembrar que a Biotecnologia não faz o que não pode ser feito. Pode ser encarada como um instrumento que amplia todos os recursos que a Natureza nos oferece, tornando-os possíveis segundo processos científicos.

Para uns, a Biotecnologia é uma arma fundamental para aumentar a produtividade e a qualidade dos alimentos, aumentando a rentabilidade. Para estes, a Biotecnologia não apresenta nehum risco.

Para outros, a Biotecnologia é uma arma perigosa, que pode destruir a Natureza e o Homem. Para estes, não sendo conhecidos os possíveis riscos na saúde ou no ambiente, qualquer actividade biotecnológica deve ser proíbida.

As duas perspectivas são, de certa forma, exageradas e resultam de fenómenos sociais e económicos da nossa era. A nossa opinião sobre os procesos Biotecnológicos deve ser elabora apoiando-nos em factos científicos e não permitindo o excesso de preconceitos e de medos.



E tu já reflectis-te e formulas-te a tua opinião?

Clonagem

Um clone é basicamente um conjunto de células, moléculas ou organismos descendentes de uma célula, e que são geneticamente idênticas à célula original.

Desta forma a clonagem é um processo de reprodução assexuada, onde são obtidos indivíduos geneticamnet iguais (microrganismo, vegetal ou animal) a partir de uma célula-mãe. É um mecanismo comum de propagação de espécies de plantas,l bactérias e protozoários. Em humanos, podemos dizer que os gémeos são clones naturais.



Clonagem Reprodutiva vs Clonagem Terapêutica


Reprodutiva

A técnica consiste em retirar o núcleo dos ovócitos, e substituí-lo pelo núcleo de uma célula de um indivíduo adulto da mesma espécie. O novo ser assim criado terá a mesma informação genética do índividuo de onde o núcleo celular foi retirado. Isto é, o organismo desenvolvido será um “gémeo verdadeiro” do dador do núcleo celular. Pois é no núcleo que se situa o DNA.

Todas as tentativas de clonagem reprodutiva dos organismos eucariontes são experimentais, apenas menos de uma em cada cem experiências tentadas resultaram na criação de um índividuo desenvolvido, muitas terminaram em abortamentos espontâneos ou em seres vivos com deficiências orgânicas múltiplas.

A clonagem reprodutora humana não apresenta nenhum interesse científico e não tem qualquer suporte ético, sendo, portanto um a experiência interdita. Representaria a máxima subordinação de um futuro ser humano a um capricho, visto que, estaria impressa em todas as células uma matriz biológica intencionalmente condicionada, provavelmente mais frágil e mais vulnerável, características que são transmissíveis à sua descêndencia.



Terapêutica

A clonagem não reprodutiva com finalidade terapêutica começa, tal como a clonagem reprodutiva, pela transferência do núcleo de uma célula somática de um adulto para um ovócito a que preciamente se havia extraído o seu núcleo.
Se esse ovócito transnucleado entrar em divisão celular e originar um “embrião”, este, em vez de ser transferido para o útero de uma mulher (como na clonagem reprodutiva), será desenvolvido in vitro até à fase de blastocisto, com cerca de centena e meia de células, para se extraírem então, do seu interior, umas células especiais designadas estaminais. Estas são ainda suficientemente indiferenciadas e, em determinados meios, podem multiplicar-se in vitro indefinidamente, mantendo a sua indiferenciação. Mas quando cultivadas noutros meios, podem diferenciar-se in vitro de modo a produzirem os vários tecidos do adulto (tecido nervoso, muscular, ósseo) que são transplantados para o dador do núcleo com a esperança de o curar de doenças. Doenças como Alzheimer, Parkinson, imunodeficiências primárias, afecções de ossos ou cartilagens, cancro e muitas outras. Nestas transplantações não haverá o problema de imuno-rejeição, visto existir identidade genética entre os tecidos do dador e os do receptor.


Manipulação da Fertilidade






Fecundação in vitro



A manipulação extra corporal dos gâmetas e pré-embriões humanos para o tratamento da infertilidade veio abrir portas para uma nova possibilidade, a da manipulação genética da espécie humana.

Tudo se iniciou em 1978 com a fecundação in vitro (FIV), técnica em que os óvocitos maduros são aspirados dos ovários após se induzir o seu cerscimento com hormonas administradas às mulheres. Uma vez fora do corpo humano, aos ovócitos são adicionados os espermatozóides que fecundam os gâmetas femininos, dando origem a pré-embriões capazes de se implantarem e dar origem a recém nascidos normais e saudáveis após serem transferidos para a cavidade uterina.
Esta tecnologia resolveu quase todos os casos de estirilidade femenina, mas dependia de um ser normal, por isso nao resolvia a esterilidade de causa masculina.








Microinjecção de Espermatozóides



A partir de 1992 e 1993, na Belgica e em Paris criou-se a microinjecção de espermatozóides, técnica que permitiu resolver a maioria dos casos de esterilidade masculina. Os procedimentos são iguais aos da FIV excepto na fertilização. Assim, como os homens inférteis têm anomalias várias dos espermatoizóides que os tornam incapazes de por si próprios fecundarem os ovócitos, com uma fina micropipeta selecciona-se um espermatozóide normal entre os muitos anormais que se introduz directamente dentro do ovócito. O processo origina um pré-embrião viável.


Em Portugal desenvolveu-se uma técnica para seleccionar espermatozóides vivos nos casos dos homens com espermatozóides totalmente imóveis, tendo nascido os primeiros bébes em 1997.

Também em 1998 conseguiram pela primeira vez a nível mundial a produção de espermatozóides in vitro a partir de células germinais imaturas extraídas dos testículos. Esta técnica foi igualmente desenvolvida para as mulheres, com a produção de ovócitos.

Todas estas tecnologias permitem resolver a maior parte dos casos de infertilidade . Mas os custos são avultados, e consequentemente nem todos podem usufruir da evolução da ciência e do estudo da genética. Para além disso vários são aqueles que contestam as técnicas usadas, por questões éticas, religiosas, e outros carismas, o que perconiza toda uma grande contorvérsia em torno destes processos.


Há quem defenda tudo em prol da ciência e do bem estar humano. Um bem estar físico mas também psicológico, e estas técnicas vão de encontra a essas vertentes e melhoram a qualidade de vida.




Contudo... será moral?

Ética na Manipulação

Ética na Manipulação


A evolução científica da biologia genética criou uma nova realidade complexa, multifacetada e pluridisciplinar, que não se compadece com situações simplistas de “eu sou a favor” ou “eu sou contra”.
O grande desenvolvimento tecnológico e científico supreende-nos a par e passo, e chega mesmo a ultrapassar a própria ficção científica.
Mas devemos estar alerta, o presente desenvolvimento não é apenas indicador de progresso, de melhoria de condições de vida, aumento da saúde e consequente longevidade. Será também pautado com novos desafios e problemáticas.

A questão central, reside na possível utilizaçãoe manipulação industrial de matéria biológica humana, nomeadamente os genes. E é aqui que as opiniões se dividem, e provocam um frente a frente na nossa consciência. A complexidade reside no facto de a manipulação poder consistir na irradiação de genes responsáveis por algumas doenças, tais como o cancro, a doença de Parkinson, Alzeimer, entre outras. Mas há um senão,um lado mais obscuro, pois a alteração de genes possibilita também a manipulação para outros fins, nomeadamente com o objectivo de determinar características específicas em futuros seres humanos, o que levanta questões éticas muito importantes, assim como a possibilidade de clonagem com ou sem fins terapêuticos.

Se é verdade que a liberdade de investigação é um direito fundamental, e sem ela não há evolução, porém, tal como todas as liberdades, ela tem um limite, uma vez que não há liberdades absolutas. Determinar esses limites é uma tarefa árdua e talvez não totalmente possível. Onde começa e acaba o direito de manipular?

Se não é fácil determinar, que seja pelo menos consensual ter como horizonte de referência a dignidade humana e o respeito pelos direitos fundamentais do Homem.

Tecnologia Ciência e Ética

Tecnologia, Ciência e Ética



De certo que o maior problema que a humanidade do século XXI enfrenta é o desenvolvimento tecnológico irresponsável e incontrolado.

Pois para além das fronteiras da investigação científica e do campo das suas aplicações tecnológicas é da existência e do futuro da humanidade que aqui se trata. Assim a solução dos problemas criados pelo desenvolvimento tecnológico não será nem de Natureza científica, nem de cariz técnico. A sua solução será sempre de Natureza filosófica.

Fala-se de ética quando estão em causa o bem e a felicidade da humanidade em geral. Assim, todo o príncipio que determine o desenvovimento da investigação científica e das suas aplicações tecnológicas, deve reconhecer a pessoa humana como um fim em si mesma e nunca como um meio ou instrumento de qualquer outra finalidade. Isto implica que a liberdade da investigação e da aplicação de novas tecnicas científicas suponha a responsabilidade e o respeito da comunidade científica , perante a humanidade como um valor incondicional. Apenas a moralidade, que ordene o respeito e a responsabilidade perante o Homem e Natureza, pode garantir que a liberdade de investigação e de transformação tecnológica não porá em risco o bem estar, a liberdade e a felicidade da pessoa humana no presente e no futuro. A questão dos limites éticos, sociais e politicos é recíproca da questão do direito à vida das gerações vindouras.

Fala-se de direito e de moralidade, mas o conceito que contudo é chamado por esta problemática é o de responsabilidade: por tudo aquilo que nos rodeia. Somos responsáveis pela Natureza e por tudo aquilo que ela nos oferece.

Muitos cientístas argumentam que os estudos científicos são neutros do ponto de vista moral e que os aspectos éticos e políticos só vêm ao de cima quando as descobertas científicas são utilizadas na prática pelos governos ou pela indústria.
Ao apresentarem este argumento, os cientistas eximem-se da crítica moral à sua actividade e sentem-se autorizados a prosseguir os seus programas de pesquisas, mesmo quando pareça evidente que o fruto de tal labor será provavelmente canalizado para fins moralmente odiosos.

O Gosto pelas Diferenças

O Gosto pelas Diferenças


Se sou diferente de ti, longe de te prejudicar, aumento-te

(Saint-Exupéry, Lettre à un otage).



Todos nossos reflexos negam esta evidência. A nossa necessidade superficial de conforto intelectual impele-nos a reduzir tudo a tipos e a julgar as coisas de acordo com esses tipos;:
mas a riqueza está na diversidade.
Muito mais profunda, mais fundamental, é a necessidae de ser único, para “ser” realmente. Temos a obsessão de ser reconhecidos como uma pessoa original, insubstituível; somo-lo na realidade, mas nunca estamos suficientemente certos de que aquelea que nos rodeiam têm consciencia disso. Que mais belo presente nos pode dar “alguém” do que reforçar a nossa unicidade, a nossa originalidade, sendo diferente de nós? Não se trata de adoçar os conflitos, de apagar as oposições; mas sim de admitir que esses conflitos e essas oposições devem e podem ser benéficos para todos.
A condição é que o objectivo não seja a destruição dos outros ou a instauração de um hierarquia, mas sim a edificação gradual de cada um. O choque, mesmo violento, é benéfico; permite a cada um revelar-se na sua singularidade. A competição, pelo contrário, quase sempre dissimulada, é destruídora, só pode levar a situar cada um dentro de uma ordem imposta, de uma hierarquia necessariamente artificial, arbitrária.
A primeira lição da genética é que os indivíduos, todos diferentes, não podem ser classificados, avaliados, ordenados, pois a defenição de “raças”, útil em determinadas investigações só pode ser arbitrária e imprecisa. A pergunta sobre “ o menos bom” e o “melhor” não tem resposta. A qualidade específica do homem, a inteligência, de que tanto se orgulha escapa no essencial às nossas técnicas de análise. As tentativas passadas de “melhoria” biológica deo homem forma por vezes simplesmente rídiculas, e na maior parte dos casos criminosas no tocante aos indivíduos, devastadoras para o grupo.
Felizmente, a natureza dispõe de maravilhosa robustez para enfrentar os danos causados pelo homem. O fluxo genético continua a sua obra de diferenciação e manutenção da diversidade, quase insensível aos manejos humanos. (...) Transformar o nosso património genético é uma tentação, mas esperamos que essa possibilidade fique muito tempo ainda fora do alcance.
Esta reflexão pode ser transpostav da genética para a cultura: as civilizações que segregámos são maravilhosamente diversas e essa diversidade constitui a riqueza de cada um de nós.



Texto de JACQUARD, Albert , O Elogio da Diferença, Publicações Europa América, 1978

Instituições

IPATIMUP


O Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto IPATIMUP, foi fundado em 1989 sob a salvaguarda da Universidade do Porto. É uma associação privada sem fins lucrativos de utilidade pública. Está instalado num edifício com cerca de 4000m2 no Pólo 2 (Asprela) da Universidade do Porto.


Áreas de Investigação
· Carcinogénese
· Diversidade Genética
· Epidemiologia
· Genetica, Evolução e Patologia
· Genética Populacional
· Genética de Tumores
· Modelos moleculares de tumores
· Oncobiologia
· Tumores, Evolução e Desenvolvimento


Serviços de diagnóstico
· Biotério
· Parentesco e Identificação Genética
· Patologia e Patologia Molecular
· Proteomica
· Susceptibilidade Genética




Para mais informações sobre o Instituto acede a http://www.ipatimup.pt/Site/





Laboratório Associado IBMC/INEB



O INEB é uma associação privada sem fins lucrativos, de utilidade pública, fundada em 1989 por seis entidades, incluindo a Universidade do Porto.É um instituto de investigação cuja principal missão é constituir uma interface entre a universidade, a indústria e os sectores da saúde nas áreas da Engenharia Biomédica.

As áreas de actividade do INEB são os Biomateriais, Regeneração de Tecidos e Geoepidemiologia, e a aplicação de Sinal e Imagem em métodos não invasivos de diagnóstico. Uma grande parte da investigação em Biomateriais é realizada num edifício partilhado com o IBMC (Instituto de Biologia Molecular e Celular).

Para mais informações aceda ao site http://www.ineb.up.pt/ e/ou http://www.ibmc.up.pt/