Mutações Genéticas

MUTAÇÕES
(alterações no património genético)


Mutação é uma modificação ou alteração de genes ou de cromossomas, podendo provocar uma variação hereditária ou uma mudança no fenótipo. A mutação pode produzir uma característica favorável num dado ambiente e desfavorável noutro.
Os indivíduos cujo património genético sofreu alteração designam-se de mutantes.
Mutações génicas
Afectam um gene em que um dos alelos sofre modificações devido a pequenas alterações no número ou na sequência de nucleótidos. Elas podem ser nomeadamente:

Mutações nonsense – resultam da substituição de um par de bases por outro, que leva à formação de um codão stop (codão de finalização de síntese proteica). Há terminação permatura da cadeia polipeptidica e a respectiva proteína normalmente não é funcional.
Mutações missense - resultam da substituição de um par de bases por outro, levando á formação de um codão que codifica um aminoácido diferente do original; pode obter-se uma proteína com função alterada. Se o codão obtido por mutação, no entanto, codificar um aminoácido quimicamente semelhante ao original, não se vão detectar grandes alterações na função das respectiva proteína, e a este caso particular das mutações missense dá-se o nome de mutações neutras.
Mutações silenciosas – resultam da substituição de um par bases, que leva á formação de um codão diferente, que continua no entanto a codificar o aminoácido original (devido à redundância do código genético); não se verifica qualquer alteração na função da proteína.

Mutações cromossómicas
São mutações que ocorrem ao nível dos cromossomas. Podem ser estruturais ou numéricas.
Existem quatro tipos de mutações cromossómicas estruturais:
Delecção – perda de um segmento cromossómico em que parte do material genético é removido. Tem frequentemente consequências graves.
Duplicação – existência de duas cópias de uma dada região cromossómica.
Inversão – remoção de um segmento de DNA e inserção numa posição invertida num outro local do cromossoma.
Translocação – troca de um segmento de DNA entre cromossomas não homólogos.
Quanto às alterações cromossómicas numéricas, estas tendem a gerar fenótipos com graves anomalias. Ocorrem devido a erros durante a divisão celular, ou seja, devido à não disjunção dos cromossomas homólogos (meiose).
Quando um dos cromossomas está presente num número alterado de cópias, pode acontecer nomeadamente:
Monossomia: ausência de um dos cromossomas homólogos num dado par.
Trissomia: ocorrência de um cromossoma extra num dado par de cromossomas homólogos.
Tetrassomia, pentassomia: consoante existam na célula quatro, cinco cromossomas homólogos respectivamente.

As mutações e o cancro
As mutações podem activar a oncogénese, ou seja, no caso de as mutações ocorrerem em células somáticas, pode surgir uma das diversas formas de cancro.
De um modo geral, há dois tipos de genes que podem causar cancro quando mutados, provocando ou permitindo o crescimento celular descontrolado. O primeiro tipo chama-se proto-oncogene. A maioria das células do nosso organismo cresce e divide-se (mitose) durante toda a nossa vida e os proto-oncogenes tornam esse processo possível. Caso estes sejam mutados, podem estimular excessivamente a divisão celular e a sua proliferação, causando a formação de um tumor. Os proto-oncogenes mutados designam-se de oncogenes.
Os genes supressores de tumor são o segundo grupo de genes que, uma vez mutados, podem causar cancro. A função normal destes genes é prevenir que as células se multipliquem descontroladamente. Assim uma vez mutados, não oferecem prevenção.
O cancro apresenta-se desta forma como uma doença genética.

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